BRASÍLIA (Reuters) - O Banco do Brasil reforçará sua atuação no setor automotivo para complementar a oferta de crédito das montadoras ao mercado, disse na quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo relato do governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, após encontro com Lula, Aécio disse ter expressado ao presidente sua preocupação com o aperto no crédito para a compra de automóveis.
Lula lhe respondeu que o Banco do Brasil poderá ser acionado para resolver o problema. Na quarta-feira, Lula publicou medida provisória que libera o BB e a Caixa Econômica Federal a comprarem instituições financeiras nacionais.
"O presidente admite com absoluta clareza, e acho que isso é extremamente correto, que o Banco do Brasil possa atuar no setor de financiamentos de automóveis diretamente, em parceria com as montadoras, financiando as montadoras ou adquirindo uma financeira", declarou Aécio.
Na opinião do governador, não será necessária nova medida provisória para liberar o Banco do Brasil a comprar uma financeira do setor. "A medida que foi assinada é extremamente ampla e possibilita a atuação das instituições federais nesses setores."
Lula convidou Aécio para conversar diante da preocupação do governador com o impacto da crise financeira global nos investimentos nos Estados. Os dois acertaram que caso o governo federal revise o Orçamento, os Estados serão avisados com antecedência para que também possam se ajustar.
Por enquanto, assegurou Aécio, os investimentos em Minas Gerais estão mantidos.
O governador mineiro disse ter comentado com o presidente que apesar das medidas já tomadas pelo governo para aumentar a liquidez do sistema financeiro, os bancos "estão retraídos e numa posição extremamente conservadora".
"Me disse o presidente que o ministro da Fazenda (Guido Mantega) terá conversas individuais com os principais bancos privados", disse Aécio.
Segundo Aécio, Lula está preocupado com a crise, mas sereno. O governador acredita que a crise não será efêmera. "Há já uma perspectiva de alongamento de investimentos importantes em setores também importantes da vida nacional, como a siderurgia e, em especial, o setor de celulose", comentou Aécio.
(Reportagem de Fernando Exman)
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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